De autocarro, barco, comboio turístico, eléctrico ou simplesmente a pé, milhares de pessoas escolhem conhecer a Invicta nas férias
O sol ainda vai alto, mas Diana, Cláudia e Cynthia correm frenéticas a tempo de apanhar o comboio turístico, estacionado junto à Sé Catedral, no Porto. Chegadas de Montreal, no Canadá, "há poucas horas", as três amigas, de 21 anos, têm consciência que "não podiam conhecer Portugal sem visitar o Porto". "É como se fôssemos a Roma e não víssemos o Papa", explicou, ao JN, Diana. Já Cláudia, de olhar preso sobre a paisagem, quer "descobrir a cidade cheia de história" de que lhe falaram alguns familiares.
"Pena só aqui ficarmos 24 horas. Seguimos, já amanhã, para Lisboa. Segue-se Nazaré, Peniche e os dois últimos dias serão passados em Lagos. Depois partimos para Espanha", adianta Cynthia.
Não há tempo para mais conversa... De sorriso estampado, Manuel Gouveia, que há cinco anos guia o comboio turístico, avisa por mímica que "faltam três minutos" para partir.
"Isto em Agosto é impressionante. A cidade fica à pinha com tanto turista", disse Manuel Gouveia, que não tem dúvidas de que "os espanhóis são os que vêm em maior número".
A avaliar pela língua que, nestes dias, mais se faz ouvir no posto de turismo, da Rua do Clube dos Fenianos, a informação está correcta. Pablo, 57 anos, de mapa aberto sobre o balcão, perguntava "se é longe para ir a pé até à Livraria Lello?!". Bastou perceber onde ficavam os Clérigos e preferiu seguir a pé. "É assim que melhor se conhece uma cidade", disse a despedir-se.
Mas, mais a baixo, junto ao Palácio das Cardosas, os autocarros panorâmicos de dois andares parecem formigas a correr desenfreadas. Uns atrás dos outros.
Os números fornecidos, ao JN, pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) confirma a procura: "Nos primeiros sete meses deste ano, a STCP transportou nos seus autocarros panorâmicos mais de 66 mil passageiros e nos eléctricos 'Porto Tram City Tour' quase oito mil turistas".
Mas, a manhã com os ponteiros do relógio a marcarem meio-dia está abrasadora na Baixa. Não corre uma ponta de vento. A solução é deixar os "souvenirs" da Rua de Santa Catarina "para mais tarde" e procurar a melhor forma de chegar ao rio. O funicular dos Guindais, junto à Universidade Moderna, surge no horizonte como um "oásis". Mas, "ulalá" com as vertigens, pairando o olhar sobre o rio Douro, desabafa Claudine, francesa, na companhia do marido, Patrick, e do filho, o pequeno Jean Paul, de três anos.
No sentido inverso, a subir para a Batalha, um grupo de italianos levantou a voz para criticar o sistema do funicular dos Guindais que obriga os deficientes motores a pagarem "um bilhete normal". "Em qualquer parte do Mundo os deficientes não pagam. Pelos vistos, só no Porto", reclamaram.
Já em "terra firme", Claudine, Patrick e Jean Paul ficam apenas cinco minutos. Tempo para comprarem os bilhetes e fazer um cruzeiro pelas pontes. Assim haja dinheiro e energia...
Descontos - Porto Card
O cartão turístico Porto Card é uma iniciativa do Gabinete de Turismo da Câmara Municipal do Porto e tem como objectivo promover a cidade e a marca Porto como "destino turístico de excelência". Entre outras vantagens, o Porto Card (que pode ser adquirido nos postos de turismo municipais) permite entrdas com redução em museus e monumentos, descontos em salas de espectáculo, cruzeiros no rio Douro, circuitos turísticos, restaurantes e lojas tradicionais, assim como a circulação gratuita na quase totalidade das linhas de metro, no funicular dos Guindais, e em toda a rede STCP. O preço do Porto Card varia entre os 3,50 euros (1 dia pedonal) e os 17,50 euros (72 horas consecutivas).
Passport VIP
O Porto VIP Passport resulta de uma parceria entre a STCP, a Carristur, a Douro Azul, as Caves Cálem, Serralves, a Casa da Música, o Museu Soares dos Reis, o Museu do Carro Eléctrico e o Sea Life. O bilhete dá descontos em transportes e nas entradas em museus e caves do vinho do Porto. Custa 39 euros.
Jornal de Notícias
sábado, 22 de agosto de 2009
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