A navegação turística e de recreio efectuada ao longo do rio Douro resgitou uma quebra de 14% no primeiro semestre do ano, face a igual período de 2008, uma evolução interpretada de forma diversa pelos operadores turísticos.
Tendo em conta os valores indicados para o turismo, verifica-se ter havido uma descida de 54 238 turistas que usaram a via navegável no primeiro semestre de 2008, para 47 090, este ano, ou seja, uma queda de 13,1%.
Os números não surpreendem Manuel Almeida, da operadora turística Douro Acima, para quem, na conjuntura actual, é natural que desçam e "continuem".
No entanto, faz algumas apreciações, lembrando que os cruzeiros, sem ser em barco/hotel, "são na maioria feitos por portugueses". Nesse contexto, admite uma quebra no mercado, "uma vez que muitos já fizeram essa viagem". Aliás, afirma que o declínio também se notou no ano passado e lamenta que não haja "divulgação suficente" para atrair mais estrangeiros.
Quanto aos cruzeiros das seis pontes, feitos maioritariamente por estrangeiros, reconhece haver também "uma quebra".
Já para Mário Ferreira, dono da operadora turística Douro Azul, estes números não reflectem a realidade da empresa, dizendo estar a ter "o melhor ano de sempre".
Para explicar começa por dizer que o número de turistas contabilizados pelo IPTM são apenas os que passam por uma barragem, "excluindo os que fazem os cruzeiros das seis pontes, que são muitos todos os dias".
Por outro lado, adianta que a actividade da sua empresa aumentou 11% no 1.º semestre e, "em Agosto, até dia 17, já tinha ultrapassado "um milhão de euros em cruzeiros, o mesmo valor feito no mesmo mês ano passado".
Admitindo uma quebra do mercado inglês, Mário Ferreira frisou que a empresa já estava preparada, tendo começado a trabalhar com outros operadores: suíços, belgas, israelitas, australianos, além de ter havido um aumento de 10% de turistas americanos.
O número de pessoas que cruzaram o Douro em embarções de recreio também dimiuiu de 1169 para 819 (-30%). No entanto, João Pinheiro, director do porto do Freixo, diz que o espaço está quase lotado, embora observe haver "menos abastecimento de combustível e menos uso das embarcações", situação que também atribui à instabilidade meteorológica, além da crise.
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